Friday, March 02, 2012

Algumas memórias de Alexandra McGregor Warrick

Marrocos, Valentine’s Day, 2017

Ao longo dos anos, grandes líderes mundiais são protegidos por agentes especiais, que são selecionados dentre os diversos serviços de segurança em seus países. E antes de assumirem suas funções, têm que passar por um teste final em seu treinamento e a equipe inicial de vinte pessoas das mais variadas etnias, havia sido reduzida a seis: duas mulheres e quatro homens, e alguns deles eram bruxos. O objetivo destes poucos escolhidos era conseguir a mais alta honraria no curso: o diamente azul. Não era uma jóia, mas sim uma tatuagem que representava não só a dureza do agente como a natureza multifacetada de seu treinamento, e isso era o Oscar, na categoria de proteção pessoal, e os tornaria aptos a proteger e servir em qualquer lugar do mundo.
Cassandra Cooper, era a mais jovem do grupo e seria normal estar nervosa, porém ela não estava. Era durona, afinal tinha sido a primeira da classe na Academia de Aurores de New York e sido considerada a melhor atiradora na Academia de policia trouxa. O teste seria simples: ela teria que proteger a esposa de um milionário em visita a um país estrangeiro, e o local escolhido havia sido o Marrocos, e ela teria que guiar a mulher pelo mercado de tapetes. A missão parecia simples, se a mulher em questão não fosse Alexandra McGregor Warrick, uma ex-agente da Scotland Yard e uma auror extremamente exigente e muito respeitada no mundo bruxo e trouxa. Cassandra havia assistido uma palestra com ela, quando entrou na Academia de Auror, e sabia que teria que ir muito bem em seu teste. Qualquer agente de segurança seria enfático em não permitir que uma ação deste tipo ocorresse, pois era praticamente impossível de controlar o resultado, mas isso não era problema dos ricos e chefes de Estado, era problema de seus seguranças e eles que dessem conta.
- Depressa ou você vai me perder. – disse rispidamente Alexandra, enquanto andava rápido se misturando à multidão que lotava o mercado.
- Nem pensar Madame.- respondeu Cassandra calmamente, percebendo que a avaliadora, tentava distraí-la com conversa, sendo que já havia distrações demais no local. Muitas jóias de ouro nas barracas, tapetes maravilhosos pendurados em varais que poderiam esconder um assassino, e pessoas usando os mais diversos trajes se misturando aos turistas em um terreno irregular, onde um passo em falso poderia torcer um tornozelo e pôr em risco a missão ou leva-la ao fracasso. Cassandra processava todas as informações, enquanto afastava um adolescente paquerador que tentou segurar o seu braço, e mesmo assim não perdia a mulher bem vestida de vista. De repente um mercador de tapetes entrou na sua frente, e ela viu que Alexandra continuava em frente. Ela tentou se livrar do homem de forma educada, mas ele insistia em lhe mostrar seus artigos e tentou segurar sua cintura, e nesta hora, muito mais rápido que um piscar de olhos, ela segurou o homem pelo pescoço e o enrolou num tapete e logo se afastou. E notou que não via Alexandra em lugar algum.Cassandra correu pelo mercado, afinal sua protegida não podia ter se afastado tanto. Virou num beco chegando numa praça e o que viu a deixou paralisada: caída no chão, com os joelhos juntos ao peito, estava Alexandra e três homens a agrediam para valer. Cassandra não portava arma e nem varinha, mas mesmo assim entrou em modo automático, e enquanto corria, conseguiu soltar um varal cheio de tapetes e levou aquela corda atrás dela e gritou quando chegou mais perto:
- Hey babacas!
E os três levantaram suas cabeças e foram atingidos em cheio pelos tapetes ainda úmidos, e a corda de nailon, se enrolou embaixo dos queixos deles. Deu um chute no peito do que estava mais perto e ele caiu por cima dos outros. Cassandra, se certificou que eles ficassem no chão, dando beliscões na base de seus pescoços, os paralisando.
Ela correu para Alexandra e a levantou dizendo animada:
- Viu, Madame? Consegui vencer aqueles babacas improvisando.Tenho certeza que a senhora nunca viu nada assim...- e parou quando uma faca de prata estava apontada para sua garganta pela própria Alexandra, que na verdade não era a sua protegida, mas sim uma isca.
- Você está morta! – disse a falsa Alexandra.
- Sim.- concordou Alexandra saindo das sombras. - E se você está morta, sua protegida também está morta. Você fracassou.- Cassandra suspirou resignada.
- Foi um truque sujo, Madame Warrick.- disse tentando soar respeitosa, sem grande sucesso e Alexandra riu:
- Claro que foi, mas a vida real é assim, Cooper. Você é excelente, mas precisa de um pouco mais de refinamento. Onde você errou?
- Em não me livrar do mercador, assim que ele parou na minha frente.- Cassandra respondeu fácil.
- Exato! A vida dele é insignificante perto das vidas de seus protegidos. A morte de um deles pode causar uma guerra.
- Mas eu não posso sair machucando pessoas inocentes.- protestou Cassandra e Alexandra disse séria:
- Eu sei, e é por isso que você ainda não está pronta, Cassie. Você tem capacidade, mas carece de foco e decisão. Vou recomendar seu novo teste para daqui a três meses. – e a mulher lhe deu um aperto no ombro para encorajá-la. Começaram a andar de volta para o mercado, e se reunir aos outros alunos testados, quando um homem alto, usando jeans e chapéu de cowboy veio correndo na direção delas. Cassandra o reconheceu como sendo o marido de Alexandra, ele havia dado uma aula especial no curso sobre venenos.
- Logan? O que houve? – a mulher quis saber preocupada e ele respondeu tenso:
- Precisamos ir para Londres. Haley e Julian foram sequestrados. – e Cassandra nunca pensou que fosse ver a sua avaliadora sempre tão fria e controlada desmoronar na sua frente.

o-o-o-o-o-o-

Quando chegamos em Londres, nos dirigimos ao Ministério da Magia, Quim já nos aguardava com uma chave de portal. Minha nora Rory já estava nos esperando ansiosa e antes que eu dissesse algo ela foi dizendo:
- Chamei Caleb e Megan para cuidarem de Selene, e tia Millie já estava a caminho.- assenti concordando que ela havia escolhido os melhores para cuidar e proteger a minha neta mais nova.
Chegamos na escola, Alucard, Mirian e os aurores do clã já estavam lá, junto com George e Ben. McGonnagal havia cedido uma sala ao lado do salão principal para ser o QG da operação de resgate e também para que entendêssemos os porquê deste sequestro, uma vez que nossas fontes haviam dito que esta não era uma operação de Cadarn. Uma mesa grande estava colocada no centro da sala e havia mapas espalhados sobre ela. Ty e Micah estavam lá e eram os responsáveis por nos atualizar sobre tudo o que havia acontecido, inclusive a tentativa de resgate frustrada, não me contive quando Ty começou com as explicações.
- Você levou um monte de adolescentes sem treinamento a um resgate, Tyrone? Enlouqueceu? Como você permitiu isso, Micah? - perguntei tensa e Ty respondeu:
- Era fazer isso, ou correr o risco deles irem sozinhos atrás dos amigos, mãe.Micah, não pôde fazer nada, a não ser nos dar cobertura no meio do caminho, toda a responsabilidade é minha. – e Artemis tomou a defesa do padrinho:
- Quando meu padrinho chegou no Três Vassouras para evacuar os alunos, é que ele soube que Haley e Julian haviam sido levados, nós já estavamos saindo para ir atrás deles, tia Alex, então se alguém tem que ser responsabilizado por colocar em risco a segurança dos alunos, sou eu. Posso não me lembrar de muita coisa, mas eu sei que proteger os meus amigos, é algo que eu nunca esqueceria. – suspirei resignada:
- Tudo bem, Arte, eu entendo e peço desculpas, ainda esqueço que Ty e Micah, já são aurores experientes e não fariam nada que eu mesma não fizesse em situações extremas. - Micah assentiu, e Ty continuou:
- Eles são alunos excepcionais, George e Ben, os ensinaram muito bem e alguns deles serão ótimos aurores. Clara, Justin e Devon se transformaram em lobos, e isso nos deu uma enorme vantagem sobre os vampiros, só não conseguimos ir além porque se dividiram levando os reféns para pontos diferentes. Não conseguimos nenhum prisioneiro vivo, para obtermos mais informações.
- Certo, então o que você tem em mente , Alucard?- quis saber Logan e Lu tomou a palavra expondo os locais onde os sequestradores haviam se dividido e começamos a falar sobre as tentativas frustradas de Ty em usar a projeção astral, quando um patrono, na forma de uma serpente entrou pela janela, e começou a dizer a sua mensagem:
'Sei que a esta hora, os sangues ruins que se autodenominam Chronos e seus aliados patéticos já estão reunidos imaginando quem teria a coragem de lhes dar um tapa na cara. Sou Cibelle Lestrange, e tenho o enorme prazer de convida-los a assistir a execução de Alexandra e Kyle McGregor, na clareira da floresta depois do vilarejo.Este será o primeiro de vários passos definidos para a derrocada dos Chronos’.- e a serpente após um silvo se desfez no ar.
Todos começaram a falar ao mesmo tempo e a verificar os mapas, a planejar estratégias, e entrar em contato com outros aliados, eu os olhava como se estivesse fora de meu corpo. Vi Alucard e Ty planejarem o posicionamento na floresta, Micah e Logan verificarem suas armas, me despedi de Artemis que parecia cansada, e também de Mina e Luthien, que não iriam na missão. Rory se aproximou de mim e disse tensa:
- Uma vez você me perguntou caso este dia chegasse, a quem eu seria leal, Alex. Digo que a minha lealdade é do meu filho e da familia dele.- peguei a mão dela:
- Eu nunca duvidei que nós éramos a sua familia, Rory, meu filho escolheu bem.- fiquei ao lado de minha nora e vi quando Mirian se aproximou de nós duas e nos mandava forças calmantes para nos ajudar. Sorri agradecida, e mais centrada, me afastei um pouco para olhar pela janela e pensar um pouco, porém sem deixar de ouvir tudo o que era dito à minha volta. Olhava pela janela e comecei a pensar em formas de trazer de volta minha filha e meu neto, sem machucar outras pessoas. Afinal, tudo o que estava acontecendo era minha culpa.
- Vamos dar uma volta! – ouvi Ben falando ao meu lado e me puxando pela mão. Saimos pelo castelo e demos algumas voltas, e reconheci um os caminhos que nos levaria até a Lufa-Lufa.
- Não pense em fazer isso, Alex. Você não conseguirá sozinha.- disse Ben, sério e eu nem tentei negar.
- É vingança pura e simples, Ben. Ela precisa saber que não conseguirá o que quer, porque está com as pessoas erradas.
- Talvez ela achar que está com as pessoas certas é o que os mantém vivos, Alex. Já passamos por coisas deste tipo, sabemos como funciona. E uma atitude desesperada, é muito perigosa. - assenti.
- Você tem razão Ben, estou me deixando dominar pela emoção, por relembrar que já passamos por isso, quando ela pegou o Ty. Daquela vez ela me tirou o Kyle, meu medo é que ela me tire mais alguém.
- Isso não vai acontecer, porque estamos preparados e vamos agir juntos, e...- ouvimos barulho e sacamos nossas varinhas ao mesmo tempo quando vimos Olivia e Daniel virarem o corredor e dar de cara conosco, e pularem assustados:
- Vovó! – disse Olivia correndo ao meu encontro e eu a abracei com força. Quando a soltei, puxei Dan para um abraço, e Ben disse:
- O dia hoje está tenso demais para eu descontar pontos de suas casas por estarem fora de seus salões comunais.- Olivia corou e Dan abaixou a cabeça:
- Lembro que nós adoravamos passear por estes corredores à noite...- eu disse provocando e Ben fez cara feia: - Obrigado, por incentivar a desobediência, Alex.
- Disponha, professor.- respondi e quando me virei para minha neta, nossos olhares se cruzaram e automaticamente uma conexão se fez e sem querer vi as memórias recentes dela, e descobri que em algum lugar daquele castelo, Artemis, Clara, Justin e vários outros alunos, haviam saído para resgatar Haley e Julian, foi como se como se fossem... uma armada.
- Ai meu Deus! Ben...- comecei e ele completou, enquanto Olivia e Daniel piscavam aturdidos:
- Eles já devem estar na clareira, se não pudermos impedi-los, pelo menos poderemos salva-los. Olivia e Daniel vão para os seus dormitórios e não ousem sair de lá ou eu mesmo vou coloca-los de castigo, até os 30 anos.- os garotos correram cada um em uma direção enquanto Ben e eu votlavamos para a sala de reuniões.
Quando entramos, já fomos dizendo o que havia acontecido, somente os aurores que ficaraim na segurança do castelo, foram para caminho oposto ao nosso. Corremos o mais rápido possível para uma parte do castelo, onde pudessemos aparatar e chegarmos na floresta. O dia estava quase amanhecendo e sabiamos que se houvesse um ataque antes da hora, Cibelle iria levar a cabo o seu plano, matando não só minha filha e meu neto, mas filhos de outros grandes amigos e aliados dos Chronos também.
Quando chegamos na floresta, uma batalha violenta já estava em curso, vi alunos do sétimo ano lutando em duplas e derrubando comensais da morte, vampiros tentando atacar e sendo derrubados por patadas de lobos e sendo incinerados por feitiços certeiros, não esperamos um convite, nos pusemos a lutar juntos dos garotos, e eu olhava para o centro da clareira onde Haley e Julian estavam amarrados em um palco e vi Cibelle lutando contra um vampiro. O meu objetivo era me livrar dos meus atacantes o mais rápido possivel e me aproximar do centro da calreira e enfrentar Cibelle. Quando estava mais perto gritei com ela para chamar a sua atenção, enquanto o vampiro aproveitava para fugir:
- Renda-se Cibelle, você não tem chance contra nós... - Quando ela me viu, notei a confusão em seus olhos, ela voltou a olhar para Haley e seus olhos se arregalaram surpresos e dizia frases desconexas.
- Não é possível não pode existir duas de vocês...Isso é magia negra...Mas hoje de algum jeito eu vou matar o seu coração como você matou o meu...- ela aparatou e eu fiz o mesmo tentando chegar perto das crianças, pois ela tinha nas mãos um punhal negro e o lançava na direção do peito de Julian. Não fui rápida o bastante e vi quando Haley se jogou na fente de meu neto. Agarrei Cibelle, e caimos do palco, lutando. Ela era forte, mas eu além de ter experiência estava tão alucinada pelo ódio que guardava contra ela por todos estes anos, que com um golpe certeiro, quebrei seu pescoço, queria me livrar dela o mais rápido possivel, minha filha que precisava de ajuda médica.
Ouvi ao longe um urro e um uivo e me virei para o palco, enquanto me desembarçava do corpo da comensal, vi que o vampiro pairou por cma do corpo de Haley, mas fugiu de medo do lobo castanho avermelhado que erguia Haley e fugia coim ela para a floresta, e os outros lobos iam com ele.
Julian estava se levantando e sua camisa estava toda ensanguentada, mas ele foi abraçado por Rory e Ty se aproximava correndo, Logan, estava todo sujo e coberto de machucados, se aproximou de mim, apavorado:
- Haley está ferida, aquele lobo a levou, ela precisa de atendimento médico... - começamos a ir atrás deles, mas Artemis disse aflita:
- Não vão atrás deles, tia Alex, Justin precisa ficar com ela, é importante...
- Porquê? O que está havendo?- e como ela não soube explicar, Logan e eu nos viramos para ir atras dos lobos, quando fomos impedidos, Logan foi seguro por Alucard e Mirian, me segurava com seus poderes, tudo o que meu marido e eu podiamos fazer por nossa filha naquele momento era chorar desesperados por ela.
Não sei quanto tempo se passou, mas pude ver que o nosso lado havia prendido comensais, e os vampiros que não fugiram estavam incinerados pela clareira. Aos poucos Alucard e Mirian foram afrouxando o aperto, e me soltei, começando a correr em direção à floresta, mas não fui longe, pois dela saíram Clara, Devon, Justin e de mãos dadas com ele, Haley. Corremos até ela, e a abraçamos apertado, chorando emocionados.
- Eu vi o que houve, como???- queria saber Logan, encarando Justin, que exibia um ar exausto, e Clara, disse:
- Não sei explicar, tio mas o Justin de alguma forma, não deixou a Haley ir para a luz, ele a trouxe de volta, é teimoso o nosso Shaman. - Logan, estava tão emocionado, que sua voz falhou um pouco quando disse estendendo a mão:
- Obrigado, filho.- vi o ar surpreso de Justin, enquanto ele apertava a mão de Logan, e Haley os abraçou ao mesmo tempo, rindo feliz e eu me juntei a eles trazendo Clara e Devon para o abraço. Olhei para a clareira, e vi Rory se abaixando e olhando para o corpo da mãe. A tormenta havia passado e feito estragos, agora era lidar com as consequências.

Thursday, April 07, 2011

Londres, Julho de 1981

Quando nos formamos em Hogwarts e entramos para o St. Mungus, Sam, Mirian e eu também fizemos a loucura de entrar para uma faculdade trouxa de medicina. Era o nosso sonho, não só nos tornarmos curandeiras, mas também médicas. Queríamos poder salvar pessoas de todas as maneiras possíveis. No começo parecia uma idéia de louco, trabalhar no St. Mungus e estudar medicina ao mesmo tempo, mas com o passar dos meses, não parecia mais uma idéia louca. Estava comprovado.

Já estávamos na faculdade há dois anos, e era hora de começar nosso estágio em um hospital de verdade. Faltando agora dois anos para a formatura, as aulas teóricas já não eram mais suficientes. Era hora de aprender na prática. Cursávamos medicina em Oxford e agora nosso estágio seria no John Radcliffe Hospital, que fazia parte da universidade. Ainda não éramos médicas, então não podíamos atender nenhum paciente sem supervisão, apenas avaliá-los. Quando chegamos ao hospital, uma residente estava nos esperando. Era a Dra. Bailey. Já conhecíamos sua fama, ela era osso duro, mas uma excelente médica, e ia ser aquela que ia nos vigiar de perto e avaliar cada respiração que déssemos.

- Cada um de vocês vem aqui hoje cheio de esperança, querendo entrar no jogo. Um mês atrás vocês estavam na escola, sendo ensinados por professores. Hoje... Vocês vão começar a entender o que é ser médico. – ninguém nem respirava, ouvindo-a falar - Os sete anos que vocês passarão aqui como residentes serão seus melhores e piores. Vocês serão exigidos até não agüentarem. Olhem ao redor. Digam "oi" à sua competição. Oito de vocês vão mudar para uma especialidade mais fácil. Cinco de vocês vão quebrar sob pressão. Dois de vocês serão expulsos. E apenas dois chegarão ao final. Essa é sua linha de largada. Essa é sua arena. Quão bem vocês jogam... Bom, isso depende de vocês.

Ela saiu andando pelo hospital e ficamos parados, olhando um pra cara do outro, tentando descobrir quais daquelas 20 pessoas seriam os dois que chegariam até o final, até que ela gritou os nomes dos cinco que deveriam acompanhá-la e corremos para alcançá-la.

Eu ainda não havia me formado, mas sabia o que queria ser. Na verdade, eu não conseguia pensar em nenhum motivo pelo qual eu deseje ser cirurgiã, mas posso pensar em milhares pelos quais devia desistir. Eles tornam as coisas difíceis de propósito. Vão existir vidas em nossas mãos, momentos quando será mais do que somente um jogo. E ou você dá um passo a frente ou se vira e vai embora. Eu podia desistir ali mesmo, antes de começar, mas... Eu adoro o plano desse jogo. Eu ia ser um dos dois que iam chegar ao final, não importa o quão difícil seja o caminho até lá.

ººººº

2 meses depois

- Ok pessoal, já chega, não há mais nada a ser feito – a Dra. Bailey mandou que nos afastássemos – Hora da morte, 17:16.

Saímos da sala onde o paciente havia acabado de morrer para que os enfermeiros limpassem o local e Sam veio correndo empurrando uma maca com George Wade. Dra. Bailey mandou que parassem onde estavam.

- O que nós temos aqui?
- Katie Bryce, 15 anos, convulsões intermitentes na última semana.
- Tudo bem, e porque ela não está se lado se está tendo convulsões? Samantha, você está no comando dessa paciente, faça todos os exames necessários e certifique-se de que ela continuará viva até que eu tenha os resultados na mão. George, vá fazer a ronda e já subo para me passar o relatório. Louise, Leve o Sr. Cobbs até a sala de anatomia e espere o médico legista fazer a autopsia e lhe dar resultado. Ele já está morto, mas é sua responsabilidade que nada aconteça, entendeu?
- E eu, Dra. Bailey? – Mirian perguntou.
- Você vai avisar a família do Sr. Cobbs o que aconteceu.
- Eu... Nunca fiz isso antes – Mirian gaguejou – Alguma dica?
- Sim! – ela falou com sua voz de irritação e já sabíamos que o que ela ia dizer não ia ser de grande ajuda a Mirian - Fique preparada para eventuais desmaios. Uma vez uma senhora desmaiou depois da noticia, bateu a cabeça e não se lembrava de nada. Tive que dar a noticia de novo. Não foi nada agradável. Agora vão, o que ainda estão fazendo aqui?

Ela encarou cada um com um olhar impaciente e cada um correu para um lado. Eu fui com a maca do homem na direção do elevador. A sala de anatomia ficava no 5º andar e era o pior lugar do hospital. Odiava ter que ir lá por qualquer que fosse o motivo, mas ter que ficar lá esperando uma autopsia era desesperador. Ok, eu quero me tornar curandeira e médica e lidar com cadáveres faz parte do meu dia-a-dia, mas porque precisa existir uma sala onde todos eles ficam guardados?

Não tinha ninguém quando cheguei. Ao menos ninguém vivo. Coloquei a maca perto da mesa e esperei. Esperei cerca de cinco minutos e já estava me sentindo sufocada, então corri para a janela e a abri para conseguir respirar. Ia ficar ali, sentada ao lado da janela aberta respirando devagar até que o legista resolvesse aparecer para acabar com a tortura. Era patético, eu sabia disso, mas cadáveres demais juntos me faziam pensar que, se um deles por ventura se movesse, eu seria a próxima a estar guardada em uma daquelas gavetas.

Já estava ali sozinha há meia hora e nem sinal do legista. Já estava entrando em pânico, quando a porta abriu. De inicio me assustei, afinal, estava um silêncio ironicamente mórbido, mas respirei aliviada quando vi Mirian entrar empurrando outra maca com um corpo em cima.

- O que aconteceu? – perguntei caminhando até ela e ajudando a colocar a maca no lugar.
- Bailey me mandou trazer outro corpo pra cá. Ela está de mau humor hoje, notou que só está nos dando tarefas que os enfermeiros poderiam fazer?
- Ela me odeia. Ela odeia a todos nós.
- Será que também vamos odiar nossos internos, quando formos residentes?
- Estou certa que sim. Vou descontar neles tudo que descontam em mim. Como foi dar a noticia de morte?
- Nada agradável, mas ninguém desmaiou, então só precisei fazer uma vez. O que houve? Você está pálida.
- Não gosto daqui. Nas aulas de anatomia tudo bem, a turma está todo aqui, mas sozinha? Nem pensar.
- Lou, por Merlin, você é uma bruxa! Está com medo de que? Alguém se mexer?

Foi uma sucessão de erros. Mirian, debochando do meu medo, pegou a mão do cadáver que tinha trazido e a sacudiu. Quando ela mexeu com a mão do homem, ele levantou da maca, deu um suspiro como se estivesse sem ar e caiu deitado outra vez. Nós duas começamos a berrar enlouquecidas, eu tropecei no meu próprio jaleco e esbarrei na maca que tinha trazido mais cedo. Na tensão de estar naquela sala, esqueci de travar as rodas, e quando esbarrei nela, ela desceu pela sala na direção da janela. A maca bateu com violência no parapeito e voltou, mas o corpo dentro do saco deslizou pelo metal e escorregou janela afora.

- Ai Merlin, ai Merlin, ai Merlin! – comecei a repetir sem parar e corremos para a janela. O corpo estava estirado no meio do pátio, lotado, e as pessoas gritavam.
- O que aconteceu? – George colocou a cabeça pra fora alguns andares abaixo – Foram vocês?
- Foi sem querer! – Mirian gritou de volta pra ele – Merlin, e agora?
- Bailey vai me matar!
- Pode ter certeza que sim! – a voz dela surgiu por trás da gente e saltamos assustadas – Quem vai me explicar porque acabei de ver o corpo do Sr. Cobbs passar feito um pássaro morto pela janela onde eu estava?
- Foi um acidente! Ele se mexeu! – falamos ao mesmo tempo, nos atropelando nas palavras.
- Dei um paciente morto a vocês, e ainda assim o perderam.
- O outro corpo, ele se mexeu, levantou da maca – falei sozinha agora – Eu me assustei e esbarrei na maca do Sr. Cobbs. Estava sem a trava e deslizou, não deu tempo de segurar.
- Ele teve um espasmo, isso é comum, como vocês já deveriam saber – ela cobriu o outro cadáver e estava muito irritada – Se soubessem disso, não teriam dado um ataque histérico e não teriam atirado meu paciente pela janela!
- Desculpe, Dra. Bailey – Miriam falou ainda recuperando o fôlego.
- Não há desculpa plausível para isso. Como eu explico a uma esposa que já está chorando o porquê do marido morto dela estar jogado no meio do pátio?
- Eu posso falar com ela – me ofereci de imediato, embora não soubesse o que ia dizer.
- Não, você já fez demais por hoje, as duas fizeram. Travem a outra maca e desçam ao pátio imediatamente para trazer o corpo dele de volta pra cá, e então me esperem na recepção. Não ousem sair de lá até eu voltar.

Passamos por ela apressadas e nenhuma das duas ousou olhar pra trás. Ela estava uma fera e não tínhamos duvida de que íamos ser punidas pelo deslize. George e Sam estavam no corredor esperando que passássemos com uma explicação, mas só gesticulamos que explicaríamos depois e passamos correndo, antes que ela nos visse paradas sem fazer o que mandou. Estava cheio de curiosos em volta do corpo do Sr. Cobbs, mas espantamos todos e o colocamos de volta na maca, voltando para a sala. Dessa vez me lembrei de travar as rodas e voltamos pra recepção para esperar nossa sentença.

- Não acredito que vocês jogaram um corpo pela janela – George tentou não rir, mas não teve muito sucesso.
- Não acredito que vocês ainda estão vivas, isso sim – Sam também ria – Precisavam ver a cara da Bailey quando viu o corpo dele passar voando.
- Vocês estão ferradas – George agora já não tentava não rir.
- Wade, Wood, vocês não tem nada pra fazer? – Bailey apareceu na recepção e os dois gaguejaram qualquer coisa inaudível antes de desaparecer – Agora, vocês duas. Até que eu diga o contrário, ninguém toca em nenhum paciente, vivo ou morto. Estão vendo aquela pilha de pastas ali? São relatórios incompletos, que nenhum médico desse hospital termina de preencher. Divirtam-se. – olhamos para a pilha de pastas desanimadas e ela continuou nos encarando séria – E se eu ver uma das duas perto de algum paciente sem a minha autorização... Nem queiram pensar no que vai acontecer com vocês.

Bailey saiu da recepção tão furiosa que as pessoas abriam caminho pra ela. Olhei para Mirian incrédula, mas não tinha nada que pudéssemos fazer além de revisar e completar todas aquelas fichas. Definitivamente, não se deve jogar um cadáver pela janela.

Saturday, January 22, 2011

A verdade sobre a Profecia

Lembranças de Mirian O. C. Chronos

Dezembro de 2014

Eu acordei assustada e sem fôlego. Meu peito movia-se rapidamente, enquanto eu tinha aquela pressão na garganta, como se fosse um mal pressentimento.

Lu se mexeu do meu lado, mas não acordou e eu o olhei preocupada.

Eu sentia algo errado. Mas não sabia explicar o que era.

Não era nada imediato, disso eu sabia, mas sim algo que demoraria a acontecer. Mas algo estava para acontecer.

Me acalmei antes de mais nada e fechei os olhos. Concentrei-me nas defesas da casa e respirei aliviada ao perceber que nada estava fora do normal. Os aurores que ficavam de guarda ainda estavam em ronda. Desde que os vampiros iniciaram novos ataques, os membros de minha família eram protegidos 24 horas do dia por nossos aurores e também do Ministério. Além de nossa família, alguns de nossos amigos, que no passado foram alvos, como Renomaru, os Mcgregors, os Lupin e os Kinoshita, também recebiam proteção.

Eu levantei da cama lentamente, sem querer alarmar meu marido e segui para o quarto de Artemis. Eu sentia necessidade de vê-la.

Abri a porta de seu quarto e a observei dormir tranquilamente. Eu a observei com carinho, enquanto ela continuava a sonhar. Corri os olhos pelo quarto mas não havia nada de alarmante e tudo estava no lugar. As diversas flores que ela possuía perfumavam o quarto e as fotos de seus amigos acenavam pra mim. Lembrei do turbilhão de sentimentos e dúvidas que ela sentia e sorri, pensando que ela tinha uma adolescência como todos.

Então foi como se eu visse algo... Algo que estava diante de mim há anos, mas que eu nunca havia percebido. Na verdade foi um conjunto de coisas.

Observando minha filha dormindo ali, eu finalmente percebi o quanto de poder ela possuía e o quanto ela ainda passaria... Senti lágrimas nos olhos, não de tristeza, mas de orgulho. Ela estava se tornando uma mulher e seria uma grande mulher.

Porém me veio a mente algo que me deixou assustada. E ele confirmou ao aparecer diante de mim.

- Mirian. – Chronos falou, materializando-se no ar. Eu sabia que ele jamais sairia do lado de minha filha e isso me deixava tranqüila.

- Chronos... O que realmente Artemis significa?

- Ela será a nova Rainha. – Ele disse sem rodeios e eu entendi. Poucos entenderiam aquela frase. Eu senti um pouco de medo, mas o olhar de Chronos, cheio de confiança e força, me serviram para me acalmar.

O termo “Rainha” estava presente na história dos Chronos como aquela que seria a grande líder do clã. Ela teria grandes poderes e seria um ser humano grandioso como poucos. Mas também o termo era cheio de preocupações e com um peso monstruoso. A Rainha em geral passava por dificuldades, carregando o peso de proteger a família consigo. Havia também um perigo maior para a Rainha, já que com tanto poder em suas mãos, elas tendem a atrair seres sedentos de poder para elas, ou até pior: podem se corromper e tornarem-se o oposto do que deveriam. Jamais na história dos Chronos uma Rainha corrompeu-se, porém elas sempre atraíram pessoas sedentas de poder, tendo muitas vezes sua história marcada por sangue e tristeza.

- Eu preciso ver uma coisa. – Eu falei e ele assentiu.

- Imaginei que seria você a perceber.

Ele falou, e me seguiu enquanto eu descia apressada as escadas, indo para a biblioteca.

Parei diante de uma das estantes e toquei um livro com minha mão. O livro piscou e abriu-se, revelando uma caixa de madeira simples com o símbolo dos Chronos. A abri apreensiva e uma única esfera estava em seu interior. Era uma profecia, a Profecia dos Chronos. Eu a toquei com a varinha e aguardei que a voz, de Gomeisa e de Chronos, repetisse a profecia que eu já decorara.

A Fúria do Deus surgirá novamente, destruidora.

O Sangue de Luz brilhará intenso, dando novas energias a eles.

A Luz do Deus estará na Terra novamente, purificando-a.

Suas armas, a lança e a foice voltarão a cortar os céus.

Suas asas voltarão a bater.

Suas armaduras voltarão a resplandecer.

Seus olhos voltarão a brilhar em dourado e prata.

Terras tremerão, Céus brilharam.

O som de suas asas fará as trevas tremer.

O brilho de seus olhos fará os malignos perecer.

A força de sua bondade fará os bons se alegrarem.

Pois o Deus estará na Terra.

Mesmo que para isso, seus filhos amados devam antes perecer.

Mesmo que sua mais amada filha, sua Encarnação venha a sacrificar-se.

Porém, do pó eles ressurgirão, mais poderosos do que nunca.

E a justiça voltará à Terra, através de um de seus filhos.

Era a segunda parte da profecia que me interessava. E confirmei minhas suspeitas.

Por anos, nossa família achou que a profecia dizia respeito a Voldemort, a Gomeisa, Alderan e Alucard. Porém, algo nessa noite me fez perceber o que ela realmente dizia. Ela dizia respeito a Artemis.

- Não se deve tentar controlar profecias ou achar que sabe-se tudo que elas querem dizer. – Chronos falou e eu olhei para ele. Havia lágrimas em seus olhos.

- A profecia diz respeito a Artemis?

- Sim.

- Por que nunca percebemos? – Eu falei assustada e cai sentada no sofá.

- Pois vocês sempre estiveram preocupados com o perigo iminente de Voldemort e não imaginavam as proporções que Cadarn poderia tomar.

- O que isso significa, Chronos? – Eu perguntei alarmada. Ele ajoelhou-se diante de mim e pegou minha mão e logo me senti mais calma.

- Significa que precisaremos ser fortes. Artemis é a garota dessa profecia, ela é o filho dos Chronos que trará a luz de volta.

- É ela a filha que se sacrificará? – Eu perguntei, com um nó na garganta. Chronos me olhou antes de responder.

- Ainda não está definido.

- O que podemos fazer? – Eu perguntei, agora chorando intensamente. A incerteza da dúvida era avassaladora.

- Nos preparar, e a ela também...

************

- Senhor, isso é tudo que eu sei. – Maxmillian falou, curvando-se para Cadarn. O Ancião ficou parado, encarando o teto.

- Ainda há algo faltando, Maxmilliam. – Cadarn falou, observando seu seguidor com intensidade. – Mas sei que não poderia me responder.

- Cadarn, pouco conhecemos da história dos Chronos. Precisamos pesquisar mais, não podemos esperar derrotá-los sem conhecê-los. – Gustav falou.

- Eu concordo com você, Gustav. Eu conheço os Capter, pois eles vieram do Egito como eu. Mas nada sei dos Chronos.

- Também nada conheço, o único interesse que sempre tive na Inglaterra é em Azkabhan.

- Isso é um perigo para nossas táticas... Precisamos ter certeza que conhecemos seus mistérios e seu passado, pois sinto que há muitos mistérios nessa família.

- Os vampiros oriundos daqui ou que vivem há muito tempo aqui poderiam nos ser úteis, porém Siegfried os protegerá a qualquer custo. – Gustav falou, adivinhando as táticas de Siegfried.

- Senhor, possuímos duas opções: tentar invadir a sede britânica, pois a biblioteca dos Chronos possui toda a história documentada de seu passado, ou tentar invadir o Ministério. Dizem que o Ministério possui ao menos parte da história das famílias mais tradicionais. – Maxmilliam falou, e Cadarn sorriu.

- Continue.

- Enquanto estive com os Chronos, soube da existência desses arquivos, mas não tive acesso a eles. Os segredos da família, como seu passado e o segredo de suas defesas, é restrito à cúpula da liderança. – Maxmilliam continuou, sendo observado por Cadarn e Gustav. Apenas os três estavam na sala.

- Então... Nos resta encontrar os arquivos do Ministério... – Cadarn falou.

- Não acho que encontremos muitas coisas. Há anos algumas das famílias pediram que seus arquivos foram retirados. Os Chronos devem estar entre eles. – Gustav comentou.

- Mas devemos investigar. Precisamos pesquisar sobre os Chronos, sinto que está faltando algo importante... Ainda é muito fraco e mistura-se aos demais Chronos, mas há um poder escondido entre eles que começa a interferir nos meus... Precisamos descobrir o que é e eliminá-lo.

Wednesday, June 02, 2010

Das anotações de Morgan O'Hara Weasley
Maio de 2013, Hospital St. Patrick, Irlanda

Eram sete horas da manhã, e embora eu me locomovesse como uma tartaruga por causa da minha barriga de quase nove meses, eu estava agitada. Quando engravidei pela segunda vez, decidi que iria trabalhar até o ultimo momento se estivesse bem. E eu estava, mesmo não podendo correr de uma lado a outro do hospital. Entrei na sala comum destinada aos curandeiros residentes de formação variada, e não pude conter um suspiro de satisfação ao sentir o cheiro de hospital, misturado com água e sabão que senti ao entrar no vestiário destinado aos curandeiros do hospital. Vi que Ethan e Brian McGregor estavam terminando de comer uma barra de chocolate cada um, e após pigarrear e atrair olhares atentos disse:
- Atenção pessoal! Houve um acidente na estação de trem trouxa e o Primeiro ministro está pedindo nossa colaboração. Vamos nos deslocar para ajudar no socorro às vitimas em quinze minutos ok? Somos do Médicos sem Fronteiras, quero um atendente, e dois residentes juntos, alunos do primeiro semestre atuarão na enfermagem.- ouvi resmungos e ignorei.
- Cada um de vocês terá uma sacola com todo equipamento de primeiros socorros,inclusive kits para pequenas cirurgias e medicamentos, e todos sem exceção ajudarão no que for preciso. Dr. Warrick, Dr. McGregor, Drª Stevens e Drª Sloan, são os atendentes responsáveis e irão se reportar a mim, constantemente .- ia dando a cada um deles um celular. – continuei:
- O ministério não quer que usemos magia, então vamos nos limitar ao nosso conhecimento de medicina trouxa. Faremos tudo o que for necessário, sem nos expor. Pobre daquele que pisar na bola, e eu tiver que preencher relatórios e pedidos de desculpas a burocratas enquanto estou com passageiros na nave ok?- disse alisando a minha barriga e todos riram.
Logo estavamos todos trocados, usando roupas de medicos e enfermeiros trouxas. Ethan se aproximou preocupado:
- Morgan, você vai ficar aqui não é? No seu estado, fica complicado se movimentar rápido...
- Está me chamando de gorda inútil?- e Ethan ficou pálido e disse rápido:
- Jamais! Só fico preocupado com você e os bebês. Sabe que Carlinhos me mata se alguma coisa acontecer no meu plantão...- sorri.
- Fique tranquilo, você não terá que fazer o parto dos gêmeos, vou manter a dignidade. Vamos lá pessoal, a ajuda é para hoje...- e quando nos aproximamos das cabines que nos levariam até a parte trouxa, me preparei para o longo dia que teria.
Depois que nos apresentamos a um médico com idade para ser meu pai, chamado Dr. Webster, cada um de nós assumiu a sua função. Como o médico ficou imrpessionado com o tamanho de minha barriga,pediu que eu ficasse na triagem. Claro, que após algum tempo e o volume de atendimento aumentando, acabei indo ajudar na emergencia, e várias vezes precisei me esticar para conseguir chegar aos pacientes, as macas pareciam mais largas que o normal, mas é claro que depois percebi que o tamanho da minha barriga é que dificultava o trabalho, e comecei a subir numa escadinha para atender aos pacientes.
Já haviamos passado ali em torno de seis horas e parecia que tudo estava entrando nos eixos, eu suava bastante e sentia um certo desconforto nas costas, enquanto colocava no lugar um ombro deslocado, quando Ethan se aproximou e terminou de me ajudar. Ele viu quando franzi os olhos e respirei fundo, ele posicionou suas mãos em cima da minha barriga e perguntou:
- Há quanto tempo você está sentindo dores? Você está suando frio...
- Achei que suava por causa da correria e não porque estou em trabalho de parto. Só agora senti uma fisgada nas costas e... Acho que a bolsa estourou, sinto-me molhada.- ele nem pensou e me pegou no colo, e foi passando pelas pessoas.
- Ethan posso andar...Ponha-me no chão. – ordenei e ele ignorou, enquanto me colocava numa maca e me separou dos outros pacientes com uma cortina.
- Você agora é minha paciente, e vai me obedecer. Vou cuidar de você e dos bebês, é só coloca-la numa sala preparada e chamo o Carlinhos.Droga, Morgan, ele vai me encher de porrada, por eu demorar a perceber que você estava em trabalho de parto.
- Ele não vai ter tempo para isso, Ethan, estou sentindo vontade de empurrar...- eu disse quando senti algo girando em minha barriga e voltei a suar.
- Mas porque está tão rápido assim? Sua bolsa acabou de romper...- disse enquanto me ajudava a me livrar das minhas roupas e me ligava num monitor fetal. Não demorou muito e Brian abriu a cortina e entrou junto com uma residente novata, que estava encantada por ele e o seguia como a um cachorrinho:
- Hey Ethan, as enfermeiras me chamaram dizendo que você estava com problemas...Owww, Morgan, o serviço de bordo deve ser ruim, os passageiros estão abandonando a nave.
- Ethan, lembre-me de mandar Carlinhos socar o Brian ...Ah meu Merlim, eu tinha esquecido de como isso dói...Ele nunca mais encosta em mim...- ouvi o riso do Brian e voltei a respirar ofegante e Ethan disse, após me examinar novamente:
- Não vamos ter tempo de ir para uma sala Morgan, teremos que fazer o parto aqui...Posso usar magia e isolar...- fiz que não e após olhar para os dois e eles se mostrarem tão confiantes, eu disse:
- Ok, doutores. Está na hora do show! - e logo mais duas enfermeiras vieram ajudar, foi a meia hora mais dolorida e uma das mais felizes de toda a minha vida. Não demorou muito e ouvi um choro alto e forte, e Ethan colocava em cima de minha barriga, um bebê com a cara toda enrugada e eu pude ver os cabelos vermelhos no alto de sua cabecinha, enquanto Ethan dizia:
- É uma garota linda, vai dar trabalho com os garotos...
-Sim ela vai.- Mas logo voltei a fazer força, e esperei ouvir aquele choro novamente, mas o tempo passava e eu não o ouvia...
- Ethan....Brian...Porque o bebê não está chorando??- e ninguem me respondeu.
Ergui um pouco meu corpo e vi Brian concentrado trabalhando no bebê.
- Vamos lá garotão, você pode fazer melhor...
Vi quando após limpar a boquinha do bebê e massagear o peito com os dois dedos, ele soprou o ar em sua boca, por duas vezes. Pareceu ter funcionado e logo o bebê emitia um choro alto e Brian dizia feliz:
- Morgan, seu filho é um lutador. – e após me mostrar que meu filho era saudável, ele o colocou numa encubadora por precaução.
Depois me levaram para a ala obstétrica e uma médica terminou de cuidar de mim, enquanto Ethan e Brian avisavam ao meu marido e aos amigos. Ethan e Brian após os cuidados da médica, usaram um pouco de magia de cura em mim no meu quarto, e antes que eu reclamasse, disseram que se houvese algum relatório, eles cuidariam de tudo rsrs
Eu estava sentada na cama e segurava os dois bebês e os comparava com Lizzie e Johny, quando Carlinhos abriu a porta com violência e vi o quanto ele estava nervoso. Sorri para tranquliza-lo e disse:
-Até que enfim! Venha conhecer os seus filhos: Zoe e Spencer, digam olá para o papai.
É, quando disse que eu iria trabalhar grávida até o último minuto, alguém lá em cima deve ter ouvido.

Thursday, February 04, 2010

testando

Wednesday, December 30, 2009

Das anotações de Alex McGregor Warrick

Abril de 2012

O feriado de Páscoa era um grande evento em nosso rancho, não só porque Logan promovia uma verdadeira caça ao tesouro, mas porque era uma oportunidade excelente de reunir toda a familia especialmente os que estudavam em Hogwarts.
Após a caça aos ovos em que as crianças se divertiram muito, observei Rory trazer para a sala uma caixa de bombons enorme, enfeitada com um laço dourado, e entregar ao Ty. Os mais novos ao verem aquela caixa pararam de brincar e se aproximaram, afinal chocolate nunca é demais.
- Mãe, nós temos um presente especial para você.- disse Ty me estendendo a caixa.
Quando a abri, lá dentro além de vários chocolates e bombons do tipo que eu gostava, havia uma surpresa: Meus olhos se encheram de lágrimas, ao levantar um par de sapatinhos vermelhos.
- Nossa familia vai aumentar, mãe. Estamos grávidos! – disse Ty todo animado.
- Como assim ‘estamos’? Eu é que vou carregar a barriga por 9 meses e ele se diz grávido, assim é fácil né? – zombou Rory, arrancando risos de todos. Ouvimos um fungado e vimos quando Olivia saiu correndo da sala.
- Liv? Espera filha...- disse Ty, tentando ir atrás dela mas eu o segurei:
- Rory é quem deve ir conversar com ela Ty. Liv precisa do carinho que só uma mãe pode dar agora. – dei um olhar incentivando Rory e ela entendeu, indo atrás da minha neta.

Olivia correu para a casa da árvore e ficou escondida lá por algum tempo, ate que Rory bateu na abertura que era a porta:
- Oi, posso entrar?
- Acho que não...
- Que pena... Pensei que você poderia me oferecer um chá. Eu estou cansada e não é bom para mim ficar pendurada aqui por muito tempo...- ela disse olhando para a mesinha posta para o chá.
- Ok, mas só um pouco depois você deve ir. – disse Olivia se preocupando.
- Você ficou triste com a noticia do bebê, Liv? Eu disse que você podia me considerar sua amiga, não vou ficar triste se você me disser o que te preocupa...
- Com o novo bebê, você não vai mais ter tempo para mim...- disse abraçando o coelho lilás de vestidinho.
- Claro que vou...Eu amo você Olivia, como não teria tempo para você?- mas a pequena suspirou e começou a chorar:
- E você vai ser mãe do bebê e do Julian...Você é a mãe deles... Porque eu não posso ter uma mãe como todo mundo? Porque eu tenho que sentir tanta falta dela??- e as duas se abraçaram e choraram por algum tempo. Rory enxugou os olhos e disse:
- Sabe acabo de ter uma idéia...Não estou querendo tirar o lugar da sua mãe, nunca faria isso, mas eu pensei que se você me chamasse de mãe, quando quisesse, me ajudaria a aguentar as saudades do Julian e ao mesmo tempo você ensinaria ao bebê que eu sou a mamãe dele. O que você acha??
- Eu seria a irmã mais velha?? Igual a tia Emily que diz que manda no papai, por que é a irmã mais velha??- e Rory riu:
- Sim, você seria a irmã mais velha, auxiliar do Julian, não esqueça que ele é o mais velho de vocês, se você não se importar...
- Não, eu não me importo...Acho que vai ser bom, o Julian saber que eu também posso mandar no bebê.- e as duas riram.


Quando elas voltaram, vimos que apesar da crise inicial Olivia estava encantada com a noticia do novo bebê, e eu estava feliz, minha família iria aumentar.

o-o-o-o-o-

Novembro de 2012

- Bati!- disse animada enquanto colocava minhas cartas na mesa. Eu, Logan, Caleb e Megan estavamos jogando poker, e eram mulheres contra os homens, e eles perdiam de 3 a 1.
-De novo? Não é possivel, você está contando as cartas.- resmungou Logan e Caleb disse:
- Pior que não, elas estão com sorte. Precisamos reagir, Logan, ou vamos ficar sem as balas de goma, vão nos limpar.
- Podíamos ter apostado dinheiro ou compras, mas vocês estavam com medo de nos fazer chorar...- provocou Megan e antes que eu zombasse deles, a águia prateada de Emily entrou pela janela e disse:
- Rory em trabalho de parto.... Louise está com ela...Localizem o Ty... Mais um McGregor a caminho...
Logan rapidamente começou a preparar uma chave de portal, enquanto eu preparava Olivia para ir conosco ao Rio de Janeiro, ela estava super animada, afinal ela iria ver o bebê antes de Julian.
Quando aterrissamos na cidade maravilhosa, o calor infernal, nos tomou de assalto e já comecei a agradecer por usarmos roupas leves. Ao chegar no hospital, encontramos Miyako, Mad e Emily, andando de um lado a outro no corredor, nos abraçaram aliviadas e não foi surpresa ver Yulli e Sergei chegando logo atrás de nós.
- Então já nasceu??Quem ganhou o bolão??- perguntou Sergei e Yulli o cutucou rindo:
- Pára de pensar neste bolão, a saúde da Rory e do bebê é mais importante. E sou eu quem vai ganhar apostei em novembro. Vovó vai gastar tudo com você, tesouro. - disse Yulli, fazendo gracinha para Eicca e rimos.
- Por favor, façam silêncio, temos outros pacientes no hospital.- disse uma enfermeira nos olhando séria e pediu silêncio. Nos acalmamos um pouco, e Miyako, Emily e Mad iam nos relatando tudo que havia acontecido.
- Tio Scott está com ela lá dentro e o que me preocupa é que não achamos o Ty... Ela disse que vai se divorciar dele se ele não aparecer. – disse Miyako e nesta hora, Ty muito afobado, Gabriel, Griffon e Henry entravam fazendo muito barulho, e por coincidencia um medico bem jovem saiu da sala de parto, perguntando para a enfermeira:
- O marido da senhora McGregor já chegou?- e Ty se apresentou e o médico disse:
- Venha se lavar, a doutora Lupin, pediu que você entrasse na sala assim que chegasse, o bebê está quase nascendo...
-Aaaeeee! - começamos a gritar e a enfermeira nos olhou feio, fazendo shiiu.- rimos sem graça e Ty entrava para a sala de parto. Após algum tempo Ty e Scott sairam de lá, e meu filho estava pálido e Scott já foi logo dizendo:
- É uma menina linda, parece a Haley quando nasceu Alex...- e começamos a nos abraçar felizes, mas ao ver o jeito do Ty, perguntei:
- Como está a Rory? O que aconteceu??
- Não sei mãe...Tia Louise disse que eles estavam perdendo ela...Hemorragia. - e Olivia o abraçou perguntando:
- A minha nova mamãe vai morrer?- e vi o olhar de determinação nos olhos do Ty ao responder:
- Não filha, sua nova mamãe, não vai morrer. Tia Louise está cuidando dela e vai ficar tudo bem.- ficamos todos juntos, esperando, quando vimos Louise vindo em nossa direção, quando ela se aproximou, chegou bem perto do Ty segurou o rosto dele entre suas mãos e após o olhar séria, sorriu:
- Parabéns papai, sua mulher e sua filha estão bem, e já estão no quarto, já podem receber visitas. - começamos a comemorar e Louise falou alto:
- Hey, acalmem-se ou eu não libero as visitas hein? Griff, quero que use um pouco de magia de cura na Rory, ela perdeu muito sangue, porque o útero não se contraía e foi dificil de liberar a placenta, mas conseguimos estancar a hemorragia a tempo. - escutavamos atentos e Louise continuou séria:
- E agora o mais importante, e vital para que todos fiquem bem... Quem ganhou o bolão??- começamos a rir e quando pudemos entrar no quarto, vimos Rory sentada na cama falando baixinho com uma trouxinha enrolada em cor de rosa, e Ty com Olivia no colo se aproximou e a beijou reverente. Olivia pegou o coelho lilás e o colocou ao lado da bebê e perguntou para Rory:
- Posso anunciar mamãe?
- Sim, filha, você pode fazer o anúncio, do jeito que treinamos. - Olivia fez ham, ham e disse alto:
-Atenção pessoas! Conheçam o mais novo membro da nossa familia: Selene Montpellier McGregor e eu sou a sua irmã mais velha.
Demos um viva, mas logo nos contemos por causa dos outros pacientes, e estavamos muito felizes, a nossa familia estava aumentando mais a cada dia e pelo jeito todos seriam sempre unidos.

Tuesday, December 01, 2009

Começo de Outubro de 2008

Algumas memórias de Alex McGregor Warrick

- A Haley sumiu! – disse Logan tenso, assim que entrou em nosso quarto enquanto meus cabelos eram penteados pela minha neta Olivia de 4 anos. Como ela estava chateada porque estava com dor de garganta e não pode acompanhar nem Ty nem Jolie em seus compromissos, eu a estava distraindo brincando de salão de beleza, e já que eu era a sua cliente especial, ela estava usando alguns sprays coloridos em meu cabelo.
- Como a Haley sumiu? Ela não estava com você?- perguntei virando a cabeça e Liv me deu bronca:
- Não vou fazer seu cabelo de novo, tenho a agenda cheia vovó. – e dei-lhe um dos meus batons que ela estava de olho, e ela sossegou:
- Ela saiu para cavalgar pelo rancho, mas como achei que ela estava demorando muito, pensei que ela tivesse ido para o rancho de Annabeth como já fez antes e esqueceu de pedir, liguei para eles, mas ela não apareceu por lá. - enquanto ele terminava de dizer isso, eu já havia acenado a minha varinha e meus cabelos e meu quarto estavam de volta ao normal.
- Vou procura-la pela projeção astral, é mais rápido que uma busca.
Sentei-me na cadeira e logo o meu corpo astral viajava por toda a extensão do rancho, verifiquei os lugares onde ela poderia estar e a encontrei no fundo de uma mina abandonada, fora dos limites do rancho. Quando disse a Logan aonde nossa filha estava, ele rapidamente saiu de casa e foi busca-la. Fisicamente ela estava bem, mas minha filha estava diferente. No começo achei que fosse porque ela havia ficado com medo do escuro na mina, mas não era isso. Algumas vezes durante a semana ela batia na porta do nosso quarto e pedia para dormir junto conosco. Nós perguntavamos o que estava acontecendo, mas ela não contava nem mesmo ao Ty ou ao Ethan, que eram os seus confidentes, e isso estava me deixando preocupada, pois até o seu comportamento na escola havia mudado, e eu sentia que algo fazia minha filha sofrer.
Numa tarde, eu e Logan a levamos para La force, para fazer uma visita aos Chronos, pois Luky e Bella, os filhos de Emily e Griffon, estavam com catapora e queriam nos ver. Como Olivia ainda não havia tido a doença, ela ficou na escola, e depois ficaria com a nossa cozinheira, pois a mãe dela havia terminado a sua turnê e estava voltando para o rancho, onde se encontraria com o Ty, para sairem numa viagem de férias.
Após chegarmos na sede dos Chronos, e mimarmos Luky e Bella, com os presentes que levamos, ficamos na sala conversando com Griff, Emily Alucard e Mirian, enquanto Haley e Artemis foram para o quarto brincar, após um bom tempo elas voltaram para a sala, e pude ver pelos olhos da Haley que ela havia chorado. Antes que eu me aproximasse dela, Lu já estava ao seu lado e perguntou:
- O que você tem querida? O que foi que aconteceu?
- Eu sou uma aberração...- e começou a chorar desconsolada no peito de Lu, que a pegou no colo e se sentou com ela. Logan e eu estávamos aflitos ao redor deles, querendo saber o que estava acontecendo.
Ela esticou a mão e eu a peguei e perguntando:
-O que houve filha? Seja o que for nós vamos ajudar você... – depois de chorar mais ela disse:
- Eu vejo gente morta...Eu não sabia que eles estavam mortos, mas agora eu sei...As pessoas vão achar que eu sou esquisita...- e recomeçou a soluçar desesperada.
Ela devia estar sofrendo bastante, pois devido à empatia, Lu tinha os olhos cheios d’agua. Miriam se aproximou deles e lançou feitiços tranquilizantes, e logo os soluços de Haley foram diminuindo. Então ela nos contou que desde o episódio da mina, ela passou a ver espíritos de pessoas que haviam morrido e que algumas até pediam sua ajuda, mas Haley não sabia como ajuda-los sem correr o risco de ir parar num hospital de malucos. E que seus amigos não iriam querer ficar mais perto dela.
- JJ...Jam...Keiko..Hiro...e a Clara vão rir muito da minha cara, pai...- ela disse e foi para os braços do Logan.
Troquei olheres com Logan, pois finalmente haviamos entendido o que estava acontecendo com a nossa filha. Após ela ficar mais calma, explicamos que isso era um dom, poder ajudar as pessoas que já haviam morrido sem terminar seus assuntos, então que ela não deveria ter medo ou se considerar uma esquisita, pois seus amigos gostariam dela do mesmo jeito, afinal amizade verdadeira era assim, e até usamos a tranformação do Lu como exemplo.
Ficamos conversando por horas, e Lu estava nos explicando que este era um dos dons que Endora Beer, nossa antiga professora de Adivinhação, nos legou antes de morrer. Eu disse que nunca havia visto o espirito de ninguem , mas Lu me lembrou que eu havia visto o espirito de Kyle, quando ele morreu. Mas o dom se manifestou mais forte na Haley, no caso de Alucard algumas vezes, ele tinha premonições. Estavamos distraídos, quando de repente Seth entrou correndo na sala e ele estava extremamente tenso. Lu e Griffon automaticamente ficaram alertas e ele veio para o meu lado:
- Tia Alex, estão precisando da senhora no rancho.
- O que aconteceu?- perguntou Logan e Seth respondeu:
- Aconteceu uma coisa muito ruim, e vocês precisam ir para casa.- e eu o olhei assustada. Vi que Seth e Lu trocaram olhares, mas eles bloquearam a mente para que eu não soubesse o que havia acontecido e isso era muito ruim.
Conjuramos nossas capas e logo Logan, Haley e eu entravamos na lareira, junto com Alucard e chegavamos em casa. Quando cheguei lá, a cozinheira veio correndo em minha direção, e ela estava chorando:
- O que aconteceu Consuelo? Cadê Olivia?- perguntei.
- Ela estava na escola, acabamos de busca-la...
- Como acabaram de busca-la? Ela deveria estar em casa há horas...- disse Logan nervoso, depois de olhar seu relogio.
- Eu ia pega-la no horario marcado, mas a senhora Jolie chegou mais cedo e foi busca-la na sua caminhonete, como ela demorou achei que elas tinham ido tomar sorvete, como a senhora costuma fazer com a pequena. Agora há pouco, ligaram da escola dizendo que haviamos esquecido a Olivia na escola, quando eu fui para lá, com o capataz, não conseguimos passar porque tinha havido um acidente...Houve uma explosão num duto de gáz...E...e nós reconhecemos o seu carro dona Alex... Tinha muita gente machucada... e alguns mortos...
- O meu Merlim...Como esta Jolie? Ela está bem??Qual hospital ela está??Logan, Lu..., chamem a Miriam, ela pode ser necessária...- comecei a dizer freneticamente enquanto lágrimas caiam pelo meu rosto, quando Lu disse com a voz embargada, me segurando pelos ombros:
- Nem todo o poder de cura de Miriam pode ajudar a Jolie agora, Alex. Ela se foi. Precisamos agora cuidar da Olivia e do Ty...- e nesta hora a porta da frente bateu e a voz do Ty ecoou pela casa:
- Estou em casa e estou faminto...Cadê todo mundo?